domingo, 17 de abril de 2011

Gauntlet - Nes

Gauntlet e suas saídas para o inferno:




ESSE POST FOI RECUPERADO
DE OUTRA DIMENSÃO...








Em 1993, aluguei um joguinho obscuro, pouco conhecido, osso duro de roer, o qual tenho muita consideração até hoje. Na época em que joguei, mesmo insistindo muito, pensei que não conseguia avançar porque ainda não tinha tanta habilidade com os videogames, mas hoje vejo que estava enganado. Uma pena, pois Gauntlet teria tudo para ser um excelente jogo, mas sua dificuldade desbalanceada e alguns outros “furos” o colocam no ranking de jogos “impossíveis”, ao lado de figuras como Battletoads, Micro Machines e Dizzy. Ainda assim, Gauntlet é um jogo com características únicas e que todos deveriam conhecer, é o que tentaremos mostrar nos próximos parágrafos.

Para quem não conhece, Gauntlet é um adventure com vários elementos de RPG de mesa clássico, bem ao estilo Dungeon and Dragons. O jogo tem a visão de cima e você escolhe um dos quatro heróis característicos para explorar as salas do jogo.

As salas de Gauntlet representam dungeons, em um formato que lembra o jogo de tabuleiro HERO. O game original é de 1985 e surgiu nos arcades como o precursor de todos os jogos medievais que viriam a seguir com o passar dos anos, o port para Nes só surgiu 2 anos depois, em 1987. É um game de gráficos simples, e para jogá-lo, você tem que agir como se estivesse naquele tempo, sem preconceitos, principalmente com os detalhes e a jogabilidade. Quando Gauntlet foi lançado quase não existia RPGs para videogames, e ele se difere principalmente por ter a ação em tempo real, diferente dos RPGs que utilizam comandos em turnos.
O que faz Gauntlet ser um jogo memorável mesmo com todas as suas limitações, é o fator diversão e o fator multi-player (contrariando o nick desse que vos relata). Jogar esse jogo em dupla é uma experiência muito boa, a exploração e a interação entre os dois jogadores ajudam muito na jornada. São raros os jogos bons que permitem jogadores simultâneos… Sempre que penso em jogadores simultâneos me vem à cabeça Gauntlet, Final Fight e Contra. Até hoje não existe preocupação em se lançar jogos com esse recurso, note que até mesmo os Irmãos Mario precisaram chegar no Wii para isso acontecer. Acredite: a exploração em dupla faz valer a pena jogar esse jogo, anulando qualquer desvantagem observada.
Como vocês vão perceber, a forma principal de ataque no jogo é “atirar” sua arma no adversário (lançar um projétil), e você só pode atirar um único projétil por vez, ou seja, enquanto o projetil não “sumir” da tela, seu personagem não consegue atirar outro. Tendo dois jogadores, serão dois tiros por vez, algo que realmente facilita as coisas. Jogar em dupla, diferente de Double Dragon 2 por exemplo, não faz os inimigos virem mais fortes ou virem em maior número, continua tudo na mesma, e realmente fica menos difícil.Analisando os nossos quatro heróis.

Que são o Guerreiro, o Mago, a Valquiria e o Elfo. Sempre que joguei Gauntlet nunca entendi porque não conseguia ir muito longe com a Valquiria, e só após essa análise pude entender claramente.

Como vocês podem ver na foto abaixo, cada personagem tem seus próprios atributos, e nessa tela eles são grandes, detalhados, é de encher os olhos! Essas coisas não se via naquela época! Vejamos então os status dos 4 aventureiros:



Essas estatísticas do jogo não ajudam muita coisa. Como vocês podem perceber por ela, a única diferença do quesito ataque é o caso do Guerreiro que é 5, sendo 3 os demais! Será que é igual mesmo??
Recorrendo ao manual do jogo, vemos uma outra análise:


G M V E
Poder Inicial
980
800
900
820
Armadura
04
01
05
02
Arremesso
05
04
02
02
Poção
01
05
02
03
Luta
05
01
03
01
Velocidade
01
03
03
05
LEGENDA: G = Guerreiro M = Mago V = Valquiria E = Elfo
Vejamos… Eu como dono do cartucho, vendo duas informações oficiais conflitantes, me sentiria no mínimo confuso… No manual ainda aparece um item a mais: LUTA (?!?). No jogo você sabe o que significa LUTA? LUTA é simplesmente andar na direção dos inimigos, aí seu personagem faz um movimento como se estivesse batendo com uma faca (eu acho que faz), e normalmente toma uma porrada enquanto faz isso, ou seja prejuízo total.

Continuando a análise entre as duas tabelas, podemos perceber que a Valquiria aparentemente é o personagem mais “equilibrado”, principalmente por não ter nenhuma habilidade com nível 1. Mas não se engane: equilíbrio não é importante nesse jogo, e se olharmos só a primeira tabela, nas duas formas principais de ataque ela detém o conjunto dos piores números. Só esse fato seria suficiente para eleger ela o pior personagem do jogo e o Mago o melhor.
Mas como são informações conflitantes, a do jogo e a do manual, vamos fazer nossa própria análise. Antes, vamos comentar que os criadores do jogo “beberam drogas”, várias vezes ainda, pois como eles chegaram a conclusão de que o personagem mais forte fisicamente é mais lento que o velho de barba gigantesca? De onde tiraram isso? É mais lento que todo mundo! Posso imaginar que talvez ele tenha tomando uma machadada na perna, seja aleijado ou alguma coisa parecida, mas como nunca li nada a respeito e nem consta essa informação no manual e nem em fontes oficiais, ficamos apenas com a possibilidade de uso de erva entre os programadores do jogo.

Para embasar nossa análise, vamos usar o método de campo: escolhemos cada um dos personagens, e vamos atacar o primeiro inimigo do jogo (no caso, um fantasma) e depois apanhar dele para que assim, possamos testar a força e a defesa de cada um, e vejamos como eles se saem, abaixo o resultado obtido:



G
M
V
E
Projeteis Necessários para matar
01
02
03
03
Dano Recebido do Inimigo
24
30
21
27
Dano Recebido do Inimigo Enfraquecido -
10
07
09
LEGENDA: G = Guerreiro M = Mago V = Valquiria E = Elfo
A primeira linha da tabela mostra o número de projéteis que cada personagem precisou atirar para matar o fantasma. A segunda e a terceira linhas são referentes à outra parte do teste: o inimigo veio até o personagem e bateu até sumir.
De posse dos dados, vemos que os números que estão no jogo estão errados. Lembram que o Mago, a Valquiria e o Elfo tinham a mesma força? Pois não tem, o mago é mais forte, pois matou em duas porradas. Quanto à defesa, como o Guerreiro mata o inimigo com um único tiro, não foi possível verificar o dano recebido com o inimigo enfraquecido. A medida que você bate nos bichos eles vão enfraquecendo e te dão menos dano, o mesmo acontece com os “geradores de monstros”, que após serem atacados, “geram“ inimigos mais fracos.

Para um leigo no jogo, poderia ainda assim achar a Valquiria melhor, mas não se engane: nesse jogo, tomar porrada é o que você mais terá que evitar, e você evita matando todo mundo de longe. Considere também que o dano que os personagens recebem é muito parecido: absorva três fantasmas com a Valquiria ou com o Mago, o resultado final não vai ser muito diferente, e no jogo, estes fantasmas vem aos montes, e quanto mais você demora pra matar, mais chances você tem de tomar dano, então sua defesa “alta” não vai te ajudar muito.

Em Gauntlet “o tempo” é literalmente seu inimigo, e além da sua energia diminuir um ponto a todo segundo, representando o que seria o seu personagem com fome ou sede e morrendo aos poucos, quanto mais você demora pra acabar com os monstros, mais monstros aparecem com os geradores espalhados, e a chave do sossego muitas vezes é acabar com esses geradores.

O Guerreiro, ou Bárbaro como alguns chamam, poderia ser um bom personagem, mas o fato dele ser lento o torna quase injogável. Em Gauntlet existem salas do tesouro onde, ao achar as saídas dessas salas, você restaura em 100% a sua energia, o que é uma verdadeira mão na roda, e muitas vezes (quase sempre) a saída dessas salas do tesouro é aleatória e você possui meros 30 segundos para localizá-la… Jogando com o Guerreiro você tem enormes chances de não conseguir achar essas saídas valiosas dentro do tempo determinado. Sem contar que é a única forma de conseguir as PASSWORDS para “salvar” seu jogo. Então, com ele você corre risco de nem recuperar a energia e nem “salvar” o jogo. Talvez ele seja manco, ou tenha mesmo tomado uma machadada na perna para justificar isso… Talvez eu tenha que experimentar “a mesma viagem” dos criadores do jogo para saber.
Outro problema fatal exclusivo do Guerreiro: conforme a foto, os geradores de inimigos estão cercados por blocos a cima, a baixo e dos lados, tendo as diagonais livres. O guerreiro não é capaz de atacar entre essas diagonais, sendo que muitas vezes a melhor estratégia de ataques são essas mesmas diagonais, muito seguras, sendo raros os inimigos que vão poder te atingir através delas enquanto você em contra partida, pode dizimar uma tropa inteira. Por estes dois fatos, o Guerreiro é fora de cogitação. Talvez dê para testar ele no fliperama, no Gauntlet 2, no Gauntlet 4 ou quem sabe em outro jogo. Você pode escolher entre os outros três personagens para jogar sozinho. Entre o Elfo e a Valquiria, que tem o mesmo ataque, o primeiro serve para fugir e a segunda para aguentar porrada (sendo que eu já disse que isso não ajuda muita coisa). Se for para considerar o ataque, escolha o Mago, mas nada te impede também de escolher o Guerreiro, estamos em um país livre! Vamos a outros aspectos do jogo:

As músicas apesar de serem simples são aleatórias entre as fases. Cada vez que você jogar a primeira fase ouvirá uma música diferente. A primeira impressão é que existe uma música para cada personagem, mas se você escolher o mesmo, ainda assim a música pode mudar.Gauntlet ainda trás uma tela de status:
Por essas telas vemos a simplicidade do game: o SCORE que o jogo trás é a sua experiência, e você a ganha coletando os tesouros espalhados pelas fases. Como em muitos RPGs, adquirindo certa quantidade de experiência você sobe de nível, mas não se empolgue, pois a única coisa que vai aumentar é o status POWER, que não é poder: é nada mais do que a sua energia. À medida que você progride, outros detalhes vão sendo inseridos nessa tela de status:Como podem ver, a diferença entre as imagens são os ícones dos UPGRADES e a sua atual PASSWORD.

UPGRADES… O que são os UPGRADES? São determinadas poções que você encontra durante o jogo e que melhoram um ponto naquelas habilidades iniciais. Gauntlet em si não seria um jogo difícil, mas o conjunto da obra faz dele, na minha opinião um jogo impossível de ser terminado por vias normais, e aproveitando o gancho, os próprios UPGRADEs ajudam o jogo a ficar mais difícil.
A idéia por trás deles é ótima, mas as limitações são fatais. Primeiramente porque melhoram cada habilidade apenas um pouco e só, e independente do personagem que escolher, ele nunca vai ter o poder máximo ou atributos máximos: o Guerreiro vai terminar o jogo lento, e o Elfo fraco. Sem contar que esses UPGRADEs são raríssimos, existem poucos ao longo de todo jogo, e as fases que os contém são as mais avançadas. Você ainda corre o risco de encontrar o mesmo UPGRADE duas vezes, o que não vai servir para nada, e pode acontecer de determinado UPGRADE não ser encontrado.

Os inimigos são fortes desde o início do jogo. Lembra do fantasma do início? Pois é, TRÊS pancadas para matar cada um! É muita coisa, e mais de 20 de dano do primeiro inimigo? É exagero, sem contar que atrás da primeira porta tem uma legião te esperando. A primeira vez que se joga, se for um cara desavisado, com certeza vai embora mais da metade da energia na primeira fase.
O objetivo maior de Gauntlet é achar a ORB (se não fosse a internet, o manual, revistas, cheats, speedrun, emulador, save state, você nunca saberia disto), mas o objetivo de cada fase (ou sala) é achar a saída, que pode até estar oculta ou simplesmente ser aleatória. Mas não é o padrão, normalmente você consegue vê-la, e o que pode estar oculto é o caminho até ela. Jogar várias vezes para memorizar os caminhos e saídas ocultos, será no mínimo vital para prosseguir.

Gauntlet está dividido em 5 mundos, cada mundo com seu próprio mapa e peculiaridades.
Bem, os mapas são primitivos e bem simplórios, simplórios até demais eu diria. Eles são compostos de quadradinhos, cada um deles representa uma sala, e o traço branco é o caminho que você está seguindo. O problema maior é que não há história no jogo, nada é explicado, e sem ler o manual você vai jogar, vai se divertir e não vai fazer o que tem que fazer. Mas o que tem que se fazer afinal? Aqui é que começa a estragar o jogo. Na minha opinião, seria quase perfeito sem isso.
Em todos os mundos há quadradinhos com interrogações (?), e se você quer terminar o jogo honestamente (sem cheat ou sem password de terceiros), você obrigatoriamente tem que passar por essas salas. Cada sala dessas é uma dungeon geralmente mais difícil que o normal, e existe um item dentro delas que você tem que encontrar. Este item também é marcado com uma interrogação, muitas vezes ele está oculto, e você tem 99 segundos para achar ele e depois achar a saída que pode estar oculta também. Tem que fazer os dois, senão achar a [?] você simplesmente não termina o jogo, e senão achar a saída é GAME OVER. Como assim? É isso mesmo, não achar a saída das dungeons [?] é GAME OVER… HAHAHAHAHAHA… Lembra do Guerreiro manco que não anda? Pois é, jogue com ele…

Mas o que tem de tão especial nesse tal item? É aqui que acontece a desvirtuação do game: enquanto parece que o jogo é uma exploração de Dungeons, os heróis devem conseguir essas interrogações, pois em que cada uma delas é fornecido uma espécie de “senha” para passar a PENÚLTIMA fase do jogo. Nem em jogo de assalto a banco a gente precisa conseguir de forma tão mesquinha a combinação do cofre. Devia ter cheat para escolher o Jim Phelps ou Sherlock Homes.
Perceba a sacanagem do jogo: são uma ou duas letras por mundo, e sempre na interrogação seguinte, o jogo não te mostra as letras anteriores que você já conseguiu. Então amigo, jogou, conseguiu, não anotou, esqueceu, não deu… Não adianta jogar várias vezes e conseguir uma parte das letras por jogada, pois a cada início de jogo a seqüência é alterada. Existe uma quantidade limitada de combinações, mas você vai ter que dar muito reset para conseguir repeti-las.

Existe um algoritmo para você conseguir deduzir as letras, uma forma de calcular, mas estamos falando de jogar conforme foi originalmente programado para ser jogado, e não de jogar com cheat qualquer que seja. Se bem que esse lance dessa senha é tão estranho ao jogo em si, que usar o algoritmo nem poderia ser considerado cheat.
O que os programadores queriam com isso? Nem consigo imaginar… Foi da boa essa que eles fumaram.

Como se o jogo em si já não fosse difícil o suficiente, Gauntlet beira o impossível sem esse detalhe da senha. Tem fase que vem hordas e hordas de monstros ao mesmo tempo, e como foi dito antes, você vai manter o mesmo poder o jogo todo, você jamais vai conseguir chegar no final do jogo com um elfo todo poderoso, destruindo os inimigos com uma porrada só, ou recebendo menos danos. Até o progresso de subir de nível (aumentar a energia) é extremamente limitado, e existe um número definido de tesouros ao longo do jogo, onde alguns mais espertos vão conseguir pegar mais que outros. Existem até meios de repetir algumas fases a exaustão, mas são muitos tesouros para subir de nível, e a cada nível conseguido, será mais tesouros para o próximo, o dobro senão me engano. O incremento final na energia nem vale o esforço, afinal você esperava era se divertir.

Esqueçamos o lance da senha?? Alias você alugou o jogo na locadora, nem sabe nada de porcaria de senha, nem nunca viu isso em jogo nenhum, em lugar nenhum, acredita que esse jogo é uma evolução do Adventure de Atari, ou um antecessor de Baldur’s Gate, ou quem sabe ainda um inspirador para Zelda ou Robin Hood o Príncipe dos Ladrões, vamos jogar então.

Até a fase 79, talvez seja possível que qualquer jogador chegue por meios normais pelas próprias forças, não há muitos segredos até aqui, e mesmo que tiver, você pode progredir aos poucos através das PASSWORDS das salas do tesouro, benefício este que não será possível mais a partir daí. A diferença talvez seja como você vai chegar na fase 79, se com mais ou menos bombas, chaves, upgrades, em que nível, etc.
Alias, bombas, não falamos das bombas, itens maravilhosos e raros, tem fases com várias, e tem hora que não vem nem a porrete, você guarda elas e tem determinado momento que você usa várias em seqüência, pois é o único jeito de matar a “morte” (um bixo preto que te segue implacavelmente e suga sua energia). Ela literalmente limpa a tela toda, e é uma pena o estoque, igual o de chaves, ser apenas 10. Incrível não existir um Cheat para aumentar esse negócio ou deixá-lo infinito, alias ô cheats meia boca os desse jogo.

Mas não pense que chegar na fase 79 é simples, um dos defeitos implícitos que Gauntlet tem que o torna mais complicado ainda é a sua simplicidade. Vemos que nos mapas as fases não são identificadas, então você nunca sabe para onde está indo, só sabe que está indo, bem ao estilo Alice no País das Maravilhas. Além das fases não serem identificadas, as saídas também não são, o que é muito ruim: você nunca sabe se a saída vai te levar para a fase da esquerda ou da direita, se é para fase 53 ou se é para a 54, e esse tipo de indicação ajudaria muito no jogo, pois você custa a chegar em determinado ponto, quer ir em determinada fase, a maldita interrogação por exemplo, entra em uma saída e passa direto por ela, ou passa direto pela sala do tesouro e não recupera a energia e nem ganha o save (password)… Complicado isso no jogo… Se um dia fizerem um remake, que identifiquem o mapa, identifiquem as saídas, e tirem a “senha”.
Depois de jogar muito, muito mesmo, você percebe que não é capaz de chegar na fase 79, ou ainda, é capaz de chegar, mas chega faltando itens, não consegue todos os upgrades, mesmo assim continua jogando e acha tudo MUITO difícil, bem, não fique triste, em qualquer lugar, até mesmo lá em 1987, 1988, 1990, etc, as revistas da época já disponibilizavam a PASSWORD para começar na fase 79, com 10 Bombas, 10 Chaves, todos os UPGRADEs, e mais de 1400 de energia. Não se empolgue, mesmo trocando a sua PASSWORD meia boca pela da revista com tudo, não vai fazer muita diferença e olha que faltam só 21 fases, sendo que para terminar você deve precisar jogar só umas 15… Parece fácil… Só para constar em 1990 e qualquer coisa, as revistas já traziam essa PASSWORD COMPLETA no último mundo, mas não lembro de nenhuma trazer a SENHA, e não lembro de ninguém perguntando também, acho que ninguém nunca chegou naquela parte. Já já a gente comenta.
Tirando o penúltimo mundo, chamado de mundo da água (representado por uma sereia), com suas fases com paredes invisíveis, o último mundo é um resumo hardcore de todo o jogo. Tem de tudo um pouco: paredes invisíveis, saídas secretas, tele transportes, saídas aleatórias, fase sem saída… Isso mesmo, sem saída! você chega derrota todo mundo, e fica igual louco atirando em tudo para ver se abre alguma passagem secreta, e percebe depois de muito tempo que só lhe resta esperar “o tempo” acabar, tem fase que a saída é para trás, ou seja você passa uma fase difícil, a saída te leva para uma fase também difícil, e depois você tem que passar de novo pela fase anterior. Claro que esse tipo de pegadinha você não vai cair mais de cinco vezes, mas podia ter maneiras mais inteligentes de adicionar desafio nesse tipo de jogo.

A versão que joguei não tem a fase com a penúltima interrogação, a saída para essa fase reseta o game, e as fase da 94 até a 98 também travam o jogo, se alguém jogar e perceber as mesmas falhas ou conseguir uma versão saudável do jogo, comenta aí. Talvez seja o emulador, VirtualNes, mas acredito que se fosse, daria erro em outras fases também e não deu.

Nesse último mundo você vai ter que literalmente decorar o caminho. Já é difícil passar, e ainda temos que tentar a sorte nas saídas falsas/armadilhas.

Supondo que você acerte todos os caminhos e consiga passar a fase 99, nela você finalmente entende o significado da “senha”: você deve digitar todas as letras para prosseguir:
Não há possibilidade de conseguir 7 letras e tentar adivinhar a última letra por tentativa e erro, os programadores pensaram em tudo para te f****. Sabe o que acontece se você digitar errado ou apertar o botão sem querer? Simplesmente GAME OVER. Você só tem uma única tentativa.

Bem, não deve ser difícil o suficiente chegar aqui, fase 100. Eu diria impossível, mas alguns vão dizer que não é… Pois bem, mesmo que você chegue, quanto mesmo de energia você acha que vai ter até aqui? Se você usar a PASSWORD da revista, vai ter mais ou menos uns 1.500 pontos de energia se ela estiver cheia, mas é muito provável que ela não esteja nem na metade.Sua missão é achar a ORB, e depois achar a saída, e para achar a ORB você tem que achar o Dragão de três cabeças, e não pense que o caminho até o Dragão é fácil, apesar de pequeno. A sala está repleta de inimigos, e boa parte da sua energia vai embora só no caminho, pode abusar das “poções bombas” (se tiver alguma).

Bem, chegamos no Dragão… Você conseguiu chegar com quanto de energia mesmo? As vezes derrotar o Dragão é muito difícil, então você pode ir para a saída sem enfrentar o Dragão… Sabe o quê que acontece? GAME OVER, você custou a chegar aqui, o criador do jogo tem algum problema com Game Over.
Bem de volta ao Dragão… Voltando à pergunta: com quanto de energia mesmo você chegou aqui? Sabe quantos tiros (com Upgrade) do Elfo são necessários para matar uma cabeça do Dragão? Aproximadamente 100 tiros, e são 3 cabeças, ou seja mais ou menos 300 tiros, e lembre-se: você só atira 1 projétil por vez, e você não melhora esse quesito. O Dragão te ataca com vários tiros, uma rajada em seqüência. De início as cabeças estão estáticas, paradas, e você pode acordar uma cabeça por vez para poder tentar matá-la, mas se atirar acidentalmente em uma outra cabeça, ela acorda e começa a atirar em você. Entre desviar, achar a posição e atacar, se você levar mais que 3 segundos nesse processo todo, sabe quanto de energia sua vai embora só nisso? 3 segundos por tiro, 300 tiros… 900 de energia vai embora só tentando…

E não pense que depois que matar o Dragão é só pegar a ORB e ir embora, ainda tem alguns inimigos pra terminar de te matar, e você ainda pode acidentalmente cair na saída que está no caminho antes de pegar a ORB, principalmente porque o Elfo fica muito rápido e um pouco descontrolado com o Upgrade de velocidade, e caiu na saída sem a ORB sabe o quê que acontece?



AVALIAÇÃO TÉCNICA:

Gráficos:
D-
Músicas:
C-
Efeitos Sonoros:
C
Jogabilidade:
C
Dificuldade:
S
Fator Multi-Player:
C+
Diversão:
C+
Replay Value:
C+
Nota Global:
D
Nível do Jogador:
Avançado



Gauntlet é um game que vai lhe divertir muito, principalmente se voce for jogar em dupla, mas não pense que será fácil chegar até o final, aliás, acredite ou não, por melhor jogador que seja, suas habilidades não serão suficientes para vencer este desafio. É o precursor dos games com heróis medievais nos videogames, e apesar de sua simplicidade exagerada, seu estilo único faz com que este seja um game que mereça ser jogado, pelo menos para que você conheça o inferno!



BOA SORTE e até a próxima...




Postado por Solo Player.


8 comentários:

Leonardo Soler disse...

Putz.. já quase quebrei um controle por causa desse jogo... no ínicio vc aprende a apanhar um pouquinho aí vc se acostuma mas quando vc ve aquele exercito de bicho vindo.. aí fu$@#... era ridiculo e eu sintia muito ódio no coração kkkk

Solo Player disse...

Se você analisar bem, o jogo é mal programado pois é bastante desproporcional o poder que você tem e quantidade de inimigos e armadilhas, você acaba ficando sem recurso cedo ou tarde e puto também... Mas pode ficar sussegado que mais gente ficou com raiva desse jogo também...

Pistigrilo disse...

Puts! Me lembro de ter visto esse review na "dimensão perdida", ams não tive paciência no dia de ler tudo. Dei uma olhada por alto e até comentei contigo que era porque eu estava sem tempo (ao que você me lembrou de que eu dispunha de 24 horas por dia como qualquer outra pessoa... Huahuahuhauha!). Mas dessa vez li tudo e vejo como esse jogo beira o absurdo de dificuldade! Você falou bem ao dizer que os programadores fumaram uma antes, pois parece tudo muito absurdo! Uma coisa que notei é que você estava inspiradíssimo no dia em que escreveu esse review! Ficou muito bom! Parabéns e continue assim! Só senti falta do anexo para testar o game (Lá vem eu! kkk), mas com certeza não vou ter paciência de chegar na tal fase 79 e muito menos do dragão de três cabeças (quem dirá matá-lo com 300 tiros)... Enfim!

Abração aí e continue assim!

Solo Player disse...

Hoje vejo que apesar do texto ter ficado muito bom, ficou muito extenso, isso prejudica um pouco pois fica cansativo para a maioria dos leitores... Mas tem jogo que merece uma análise mais detalhada...

Esse jogo faz par com o Proibido e muito outros... É absurdo mesmo e tem erro de script... Mesmo assim eu gosto muito dele, sou fã da série...

O demo é só para demonstrar mesmo, não ia dar para jogar descentemente um jogo tão difícil naquilo... E outra, eu não quis editar o post, por isso não adicionei a demonstração... Acho também que ela deve ficar restrita a MISSÃO NES...

Se bem que esse é 2 Player Cooperativo... Tá agendado lá na Missão Nes para ser falado... Logo logo vamos ter reprise...

Pistigrilo disse...

Pois é! Realmente textos muito longos possuem esse problema. Muita gente desanima antes de começar a ler. Mas seu review ficou muito bom e fico aguardando o dia de testar o jogo na reprise. Só em fala uma coisa: você repostou aqui porque eles (o pessoal da dimensão perdida) vão deletar os seus posts ou só para centralizar seu trabalho tido aqui?

GLStoque disse...

Para aproveitar ao máximo deve se jogar Gauntlet com a intenção de se divertir de dois sem pensar em nada... não dá pra zerar, então vamos curtir a jornada.

Solo Player disse...

Falou tudo, tentar zerar é estragrar jogo, o negócio é jogar sem pretensão, curtir o "RPG"...

Guuih Sillva disse...

Como é que se joga isso?

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